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Macunaíma, de Mário de Andrade

terça-feira, 3 de abril de 2012

Mário de Andrade
Mário Raul de Moraes Andrade (São Paulo, 9 de outubro de 1893 — São Paulo, 25 de fevereiro de 1945) foi um poeta, romancista, musicólogo, historiador e crítico de arte e fotógrafo brasileiro. Um dos fundadores do modernismo brasileiro, ele praticamente criou a poesia moderna brasileira com a publicação de seu livro Paulicéia Desvairada em 1922. Andrade exerceu uma influência enorme na literatura moderna brasileira e, como ensaísta e estudioso — foi um pioneiro do campo da etnomusicologia — sua influência transcendeu as fronteiras do Brasil.
Andrade foi a figura central do movimento de vanguarda de São Paulo por vinte anos. Músico treinado e mais conhecido como poeta e romancista, Andrade esteve pessoalmente envolvido em praticamente todas as disciplinas que estiveram relacionadas com o modernismo em São Paulo, tornando-se o polímata nacional do Brasil. Suas fotografias e seus ensaios, que cobriam uma ampla variedade de assuntos, da história à literatura e à música, foram amplamente divulgados na imprensa da época. Andrade foi a força motriz por trás da Semana de Arte Moderna, evento ocorrido em 1922 que reformulou a literatura e as artes visuais no Brasil, tendo sido um dos integrantes do "Grupo dos Cinco". As idéias por trás da Semana seriam melhor delineadas no prefácio de seu livro de poesia Paulicéia Desvairada e nos próprios poemas.
Após trabalhar como professor de música e colunista de jornal ele publicou seu maior romance, Macunaíma, em 1928. Andrade continuou a publicar obras sobre música popular brasileira, poesia e outros temas de forma desigual, sendo interrompido várias vezes devido a seu relacionamento instável com o governo brasileiro. No fim de sua vida, se tornou o diretor-fundador do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo formalizando o papel que ele havia desempenhado durante muito tempo como catalisador da modernidade artística na cidade—e no país.

Macunaíma, de Mário de Andrade
A obra “Macunaíma” (1928) de Mário de Andrade faz parte da primeira fase modernista. É uma obra complexa especialmente pelas técnicas inovadoras, fortemente influenciadas pelas vanguardas européias. A obra faz várias referências ao folclore brasileiro, mas na narrativa não existe verossimilhança realista.
É uma narrativa de caráter mítico. Procura fazer um retrato do povo brasileiro através do “herói sem caráter”. É possível ver o personagem como a figura do povo brasileiro, sem caráter definido; e o país, apesar de corpo grande, imaturo como Macunaíma. Traz críticas implícitas à miscigenação étnica e religiosa (catolicismo, paganismo, candomblé) além e uma crítica à linguagem culta.
A frase característica da personagem é “Ai, que preguiça!”. É indolente e a maioria dos seus atos são movidos pelo prazer terreno. Em suas relações sexuais, chamadas por ele de “brincadeiras” ele se transforma em um lindo príncipe e sofre outras metamorfoses ao longo da história: índio negro, branco, inseto, peixe…
Toda a história seria contada por um narrador que afirma ter conhecido a história com o papagaio ao qual Macunaíma havia relatado suas aventuras.
Macunaíma é um livro de 1928 do escritor brasileiro Mário de Andrade, considerado um dos grandes romances modernistas do Brasil.
A personagem-título, um herói sem nenhum caráter (anti-herói), é um índio que representa o povo brasileiro, mostrando a atração pela cidade grande de São Paulo e pela máquina. A frase característica da personagem é "Ai, que preguiça!". Como no dialeto indígena o som "aique" significa "preguiça", Macunaíma seria duplamente preguiçoso. A parte inicial da obra assim o caracteriza: "No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite."
A obra é considerada um indianismo moderno e é escrita sob a ótica cômica. Critica o Romantismo, utiliza os mitos indígenas, as lendas, provérbios do povo brasileiro e registra alguns aspectos do folclore do país até então pouco conhecidos (rapsódia). O livro possui estrutura inovadora, não seguindo uma ordem cronológica (i.e. atemporal) e espacial. É uma obra surrealista, onde se encontram aspectos ilógicos, fantasiosos e lendas. Apresenta críticas implícitas à miscigenação étnica (raças) e religiosa (catolicismo, paganismo, candomblé) e uma critica maior à linguagem culta já vista no Brasil.
Em Macunaíma, Andrade tenta escrever um romance que represente o multiculturalismo brasileiro. A obra valoriza as raízes brasileiras e a linguagem dos brasileiros, buscando aproximar a língua escrita ao modo de falar paulistano. Mário de Andrade tinha uma idéia de uma "gramatiquinha" brasileira que desvincularia o português do Brasil do de Portugal, o que, segundo ele, vinha se desenrolando no país desde o Romantismo. Ao longo da obra são comuns as substituições de "se" por "si", "cuspe" por "guspe" entre outras.
No episódio "Carta pras Icamiabas", Andrade satiriza ainda mais o modo como a gramática manda escrever e como as pessoas efetivamente se comunicam. Aproveitando-se do artifício de uma carta escrita, Macunaíma escreve conforme a grafia arcaica de Portugal, explicitando a diferença das regras normativas arcaicas e da língua falada: "Ora sabereis que sua riqueza de expressão intelectual e tão prodigiosa, que falam numa língua e escrevem noutra".

Tempo e espaço: Esses dois aspectos não estão definidos precisamente. Sobre o espaço geográfico é possível definir que é prioritariamente o Brasil, mas sem uma definição do tempo cronológico.
Enredo: A classificação do enredo pode ser de uma rapsódia (fantasia instrumental que utiliza temas e processos de composição improvisada tirados de cantos tradicionais ou populares) tendo também aproximação com o gênero épico, ao narrar, em alguns momentos a vida de um personagem que simboliza uma nação.

Resumo
Macunaíma nasceu numa tribo amazônica. Lá passa sua infância, mas não é uma criança igual as outras do lugar. É um menino mentiroso, traidor, pratica muitas safadezas, fala muitos palavrões, além de ser extremamente preguiçoso. Tem dois irmãos, Maanape e Jiguê.
Vai vivendo assim a sua meninice. Cresce e se apaixona pela índia Ci, A Mãe do Mato, seu único amor, que lhe deu um filho, um menino morto. Depois da morte de sua mulher, Macunaíma perde um amuleto que um dia ela havia lhe dado de presente, era a pedra "muiraquitã". Fica desesperado com esta perda, até que descobre que a sua muiraquitã havia sido levada por um mascate peruano, Vesceslau Pietra, o gigante Piamã, que morava em São Paulo. Depois da descoberta do destino de sua pedra, Macunaíma e seus irmãos resolvem ir atrás dela para recuperá-la. Piamã era o famoso comedor de gente, mas mesmo assim ele vai atrás de sua pedra.
A história, a partir daí, começa a discorrer contando as aventuras de Macunaíma na tentativa de reaver a sua "muiraquitã" que fôra roubada pelo Piamã, um comerciante. Após conseguir a pedra, Macunaíma regressa para a sua tribo, onde após uma série de aventuras finais, finalizando novamente na perda de sua pedra. Então, ele desanima, pois sem o seu talismã, que, no fundo, é o seu próprio ideal, o herói reconhece a inutilidade de continuar a sua procura, se transforma na constelação Ursa Maior, que para ele, significava se transformar em nada que servisse aos homens, por isso, vai parar no campo vasto do céu, sem dar calor nem vida a ninguém.
O personagem principal é Macunaíma – um índio da tribo tapanhumas, que nasce às margens do rio Uraricoera, na Amazônia. Após a morte da mãe ele parte em busca de aventuras, junto com os irmãos Maanape e Jinguê.
Macunaíma conhecerá a rainha das Icamiabas (tribo de amazonas). É Ci, Mãe do Mato que será a sua mulher. Ele se torna Imperador do Mato-Virgem. O casal se amava muito. Ela dará á luz a um filho, que adoece e morre. Tempos depois a mulher morre também. Antes de virar estrela no céu ela entrega a Macunaíma a muiraquitã – um talismã que lhe traria felicidade.
Porém o amuleto vai parar nas mãos do comerciante Venceslau Pietro, um colecionador de pedras, que mora em São Paulo. Na tentativa de recuperar a muiraquitã os três irmãos descem para a cidade. Lá acontecerá a descoberta das máquinas da civilização industrial.
Em São Paulo Macunaíma buscava por ainda mais dinheiro. Diverte-se enganando os irmãos e dormindo com as mulheres da cidade. Mas para sua surpresa o comerciante era na verdade o gigante Piaimã, comedor de gente. Após muitos conflitos com o gigante ele recupera o amuleto e retorna à terra natal.
Lá ele perderá os irmãos e sofrerá a vingança da deusa do sol – Vei. A deusa havia oferecido ao herói uma de suas filhas em casamento, quando ele visitou o Rio de Janeiro. Macunaíma faz um trato com ela de não andar mais atrás de mulher nenhuma. Porém a promessa foi quebrada. Assim que ficou sozinho Macunaíma foi atrás de uma portuguesa. Para se vingar Vei faz com que ele sinta forte calor, que despertam seus desejos sexuais.
Nesse impulso Macunaíma acaba se lançando para uma uiara – que é um monstro disfarçado de bela mulher que habita o fundo dos lagos. Macunaíma é destroçado e perde a muiraquitã para sempre. Cansado e desiludido ele vai para o céu, se transformando na Constelação da Ursa Maior.

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